27 de novembro de 2008

10...

Faz precisamente hoje uma década, o dia em que tomei real consciência que a tua falta me sufocava… que delineei um plano para te ter de volta, que pensei e repensei se te diria a Verdade, (talvez hoje, imagino, teria sido o mais difícil num, talvez, caminho fácil). Esse plano frustrou-se, usei o papel de cobarde… baixei os braços, deixei de lutar e afastei-me para que pudesses ser feliz.

Dez longos anos, de dias cinzentos e agonizantes, alguns, poucos, coloridos…em que cada dia amaldiçoo-o, o antes e o depois…as decisões e acções tomadas, em que lamento profundamente ter-te perdido e em que, em mim, me fechei.

Faz hoje uma década… e mesmo assim, não há….houve, dia algum em que, mesmo por breves segundos, não tenhas estado presente no meu pensamento. Ficas-te em mim… incrustada, colada…uma segunda camada de pele.
Ainda guardo em mim a memória do teu toque, a precisão do teu rosto e de todos os traços que o compõem.

Uma década depois e nunca deixei de me questionar. Será que ainda hoje te deixo saudade, que sorris ao sentir os breves momentos vividos, os sorrisos e segredos trocados, ou terei deixado em ti um sabor amargo… um pesadelo que apagas-te…
Deixas-te muito de ti em mim…Mas, quanto de mim em ti ficou?!

Faz hoje uma década e, dez anos depois, ainda continuo a imaginar como será a próxima vez que nos iremos cruzar. Se irei, para sempre, ficar amarrado ao medo, perturbado, ou se, apesar da espontaneidade com que o Destino nos tem marcado, terei desta vez a coragem e a força na voz para te “enfrentar” e à Verdade, tão tardiamente revelada.

Faz este ano uma década, em que todas as fantasias e sonhos se esfumaram. Em que continuo a cair lenta e vagarosamente, consumido em amargura… em melancolia.

Faz hoje uma década, em que continuo a tentar encontrar na Razão, um motivo válido pelo qual continuo preso a ti.
Uma década em que tento fugir ao sonho, em que tento ser realidade.

Faz hoje precisamente uma Década….O dia em que deixei de viver…

19 de novembro de 2008

"Desafio"

Hoje quero abrir um espaço de discussão, de debate….
Ouvi esta frase, que vos deixo, e que se tem tornado no meu espaço de reflexão nestes últimos dias. Como tal, gostaria de ouvir a vossa opinião, de saber o que pensam….de forma a tentar também dinamizar um pouco este meu “mundo”, que tem tenho relegado um pouco para segundo plano….

Encontrar o Amor, é encontrar o nosso lugar no Mundo…

Confesso que não me recordo onde ouvi ou vi esta frase….e que já tentei pesquisar na net e nada.
Contudo, fica aqui feito este meu “desafio”…. Espero que gostem.
Cumprimentos a todos,

Derfel

16 de setembro de 2008

Alma Mater

"...vejo que aqueles que tocaram a minha alma não conseguiram despertar meu corpo, e aqueles que tocaram o meu corpo não conseguiram atingir a minha alma."

(Paulo Coelho - 11 minutos)




15 de agosto de 2008

Intermitências de uma Vida (2ª parte)

Por mais mulheres que a Vida me presenteie, com as quais me seduz e arrebata, é em ti que acabo sempre por me encontrar.
Tu, que baixinho sibilas meu nome, proferindo-o como um encanto.
Hipnotizas, seduzes, prendes…
Fazes-me sentir seguro na doce envolvência dos teus braços.

O Sexo é o consolo de uma pessoa quando lhe falta o Amor.”, amarraste-me a este crime libidinoso, iludindo-me…
Por mais que tente fugir, puxas-me.
A ferro me vais marcando o corpo, esboçando um mapa de cicatrizes.

Encolho-me, debruço-me no escuro…Encostado a uma parede, respiro fundo…
1, 2, 3
O pensamento, o refrão que pisca na minha mente,
I won’t let this build up inside of me…
Tenho de me libertar!

Tento clarear ideias, pensamentos, esboçar um plano de fuga….
Fazes-me sentir que a Vida é um abismo, sob o qual me debruço esperando um dia conseguir cair nela.
Como escapar ao que não tem escapatória?!

Entrego-me, aceito-te…sou o teu cativo e tu, o meu destino, o meu cancro…

22 de julho de 2008

Intermitências de uma Vida (1ª parte)

Fria, a superfície do vidro.
Mais uma madrugada que acorda, mais uma dia sem cor.
Fecha-se os olhos, respira-se fundo…
Observa-se através do bafo que turva a imagem. É mais um dia de espera, de reflexão…

Um barco vazio, uma folha à deriva no mar.
A constante indecisão… As portas que estão por abrir.
O medo…
Medo das escolhas…Das consequências, dos actos, dos erros…
Que o Passado se torne o Futuro!

É mais um dia de ideias soltas, de vozes perdidas, de pensamentos ocos…
Certa vez escrevi, “sou a incerteza do incerto”, estranha verdade que me assombra.

Fecham-se os olhos, respira-se fundo…
É mais um dia de espera, de reflexão….
É mais um dia insignificante…mais um que passou.

24 de junho de 2008

Traço...

"Like the naked leads the blind.
I know I'm selfish, I'm unkind.
Sucker love I always find,
Someone to bruise and leave behind."

Placebo - Every you every me

28 de maio de 2008

Uninteresting Event

Fui concebido, no dia em que a Lua provou o doce toque do Sol pela última vez.
Nasci na madrugada em que o orvalho matinal fez desabrochar as mais puras flores.
O meu pai é o Sol, a minha mãe a Lua.
Sob o olhar das estrelas posto neste mundo.
De manhã vagueio sob a luz do meu pai, de noite descanso sob o olhar de minha mãe.
Da erva faço o meu leito, debaixo de uma manta procuro calor e refúgio.
Amaldiçoado pela vida, abençoado pela morte…
O meu nome é Pedro,
Pedro o Ser,
Pedro o Homem,
Pedro o Poeta…
Tento afigurar a pureza dos Homens que buscam o Amor.
Sou a Incerteza do Incerto…

(1999)



12 de maio de 2008

Parabéns...

Caríssimos,

Fez agora 1 Ano (e 1 mês para ser mais preciso), que construí este meu Mundo…onde a imaginação e a realidade se perdem, criando estes meus textos…
Sei que ultimamente o tenho colocado “de parte”, mas, tem sido complicado conciliar tempo para escrever, adicionando também o facto da inspiração não ter estado muito presente….
Quero agradecer a todos pelas visitas, pelas críticas, mas acima de tudo por fazerem deste meu mundo, “vosso”…para mim foi o mais importante, confesso…
Prometo que para breve algo….
Obrigado,

D.


1 de abril de 2008

Ambiguidade do Sorriso...

" Um dia uma Lágrima disse ao Sorriso:
- Invejo-te porque vives sempre feliz.
O Sorriso respondeu-lhe:
- Enganas-te, pois muitas vezes sou apenas o disfarce da tua dor!"

(Autor Desconhecido)

Como é difícil o interpretar de um sorriso, a ambiguidade deste gesto….
Como possuímos o poder e a capacidade de rir por fora, de animar quem está a nossa volta, quando por dentro nos desmoronamos e morremos aos poucos…



24 de janeiro de 2008

Há Quanto Tempo Foi...

Há quanto tempo foi, já nem eu me recordo…mas foi à tempo suficiente para nunca mais me esquecer.

O tempo quando o mundo, era o princípio e o fim da rua. Quando a felicidade era ditada por coisas simples e parecia eterna. Quando o que importava na vida, era ter dinheiro para os “pequenos tesouros”, que eram os berlindes, ou as pastilhas…
Como era fácil arranjar amigos…. Bastava perguntar, “posso brincar com vocês?” ou ter um brinquedo que “encaixava” nas brincadeiras para se ser aceite….
Quando as coisas simples e a inocência eram as únicas leis da vida e as palavras e os sentimentos eram puros. Era o tempo em que os bilhetes circulavam escondidos e as palavras que se podiam ler eram simples e sem ambiguidade.... “Gosto de ti e tu?”
Quando a vergonha que se tinha, era a do beijo que se trocava, de uma flor oferecida ou quando se era apanhado nas travessuras.

Há quanto tempo foi….Já não me recordo…Foi tempo suficiente, para nunca mais esquecer...