9 de maio de 2009

Never Ending Story ...

Era mais um dia comum, mais um dia imperfeito.
Calmamente, conduzia o carro indiferente a melodia que tocava no rádio. Não tinha em mente um destino definido, apenas sentia a necessidade de parar em algum sítio.
Estacionou o carro, rodou a chave e enquanto tirava o cinto do carro olhava em volta…frio no estômago, o coração disparou.
Fazia algum tempo que não a via, mas na sua mente para sempre ficou, aquele rosto e todos os traços que o compunham. Os seus olhares tocaram-se. Criou-se a dúvida na sua mente:
- Será que ela me reconheceu? Pensou
Ambos saíram do carro e o Destino fê-los novamente convergir para o mesmo sítio.
Ele aguardou na fila enquanto a olhava. A duvida persistia:
Será que me reconheceste?! Olha para mim de novo, mostra um sinal que me viste…
Sentia o pulsar louco do coração e a adrenalina a correr no corpo.
Esperava este reencontro a já algum tempo, mas agora não se sentia seguro de tal Teste. Pensava no que dizer e como o dizer, qual seria a reacção dela.

Ela virou-se olhando-o, respirou fundo e exclamou:
- Olá, tudo bem? Disse sorrindo como já a muito tempo não sorria.
- Sim, tudo e contigo, tudo bem também? Que fazes por aqui.
- Também estou bem, costumo passar por aqui para comer qualquer coisa antes de ir dar aula. E tu? Perguntou ele, já sabendo qual seria a resposta.
- Eu moro aqui perto.
- Sério, eu costumo passar por aqui várias vezes… Foi giro encontrar-te. Que tens feito, estás a trabalhar?
- Sim, estou num… Enquanto a ouvia falar, a sua mente fixava-se no seu rosto, marcado pelo tempo mas que ostentava a mesma beleza simples pela qual, em parte, se apaixonou fazia alguns anos. Sentia a garganta seca, sem conseguir produzir um som, até que, a custo conseguiu articular algo:
- Desculpa-me!
- Diz?!
- Desculpa-me… pelo que fiz e pelo que não fiz…
- Como assim?!
- Desculpa, pela mágoa e dor que te causei, por ter desistido... e pelo que não fiz. Por não ter tido a coragem suficiente de te dizer a Verdade, de não ter lutado, dado o melhor de mim por ti e pelo teu Amor… A sua mente ligou o botão que o fez voltar a realidade.
... Estive num infantário, mas houve uns problemas, fechou e tive a sorte de voltar parar o local onde estava antes. E tu?
- Vou trabalhando naquilo que vai aparecendo. Sempre a procura de algo que me de estabilidade.
- Tem de ser. Tenho de ir, gostei de te ver. Disse ela, sorrindo.
- Eu também gostei! Replicou rapidamente como se fosse das coisas mais importantes que tinha para dizer.
Beijou-a no rosto, sentindo novamente o toque da sua pele. O seu corpo sentia-se fraco novamente enquanto a olhava, vendo-a afastar-se. Olhou em frente, deu alguns passos e sentiu uma certa frustração. Uma ligeira irritação cresceu em si por ter desperdiçado aquela oportunidade.
Olhou, ela tinha-se sentado no carro.
- Ainda havia tempo! Pensou.
Correu…
- Olha, ainda tenho algum tempo antes de me ir embora, queres fazer-me companhia num café? Perguntou tentando esconder o nervosismo.
- Desculpa mas não vai dar, é que tenho uns assuntos para tratar.
- Ok… fica para um outro dia. Disse sentindo-se desiludido.
Boas Ferias…Festas quer dizer.
Naquela pequena frase, tinha transparecido, todo o seu estado de alma.
Ficou a vê-la afastando-se no carro, continuando a sentir um misto de sentimentos.
Resignado, encolheu os ombros, meteu as mãos nos bolsos e retomou o seu caminho.
Era mais um dia comum, mais um dia imperfeito…

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