27 de abril de 2007

Guardado no Coração

"Olho o céu sem fim
à espera de ver a mesma estrela que tu vês.
Procuro os viajantes de toda a parte
na esperança de encontrar alguém que tenha cheirado o teu perfume.

Enfrento os ventos
à espera que ele me traga uma mensagem tua.

Vagueio pelos caminhos
na esperança de ouvir uma canção que fala de ti.

E olho as mulheres que encontro,
só para descobrir nos rostos delas,

um toque da tua beleza."

Álvaro Magalhães
Ps. Este poema ja tem uns aninhos, mas desde que o li que me ficou gravado para sempre..

15 de abril de 2007

Sonho

Ele abriu os olhos e ao mesmo tempo que percepcionava o espaço em redor, pensava…
Pensava se tudo não teria apenas passado de um sonho…
Foi então que a viu, aninhada sobre o seu peito, descansando…
Observou os contornos do seu rosto, o perfil do seu corpo.
Afagou-lhe o cabelo e sentiu o seu doce odor…sorriu.
Calmamente fechou os olhos e adormeceu,
adormeceu na esperança de que não tenha sido um sonho e que quando despertasse tudo estivesse na mesma…
Que já não fosse um barco a deriva no mar e que o seu porto de abrigo, a rocha que o confortava, ainda ali estivesse…

11 de abril de 2007

Será....

Será que ainda me resta tempo contigo,
ou já te levam balas de um qualquer inimigo.
Será que soube dar-te tudo o que querias,
ou deixei-me morrer lento, no lento morrer dos dias.
Será que fiz tudo que podia fazer,
ou fui mais um cobarde, não quis ver sofrer.
Será que lá longe ainda o céu é azul,
ou já o negro cinzento confunde Norte com Sul.
Será que a tua pele ainda é macia,
ou é a mão que me treme, sem ardor nem magia.
Será que ainda te posso valer,
ou já a noite descobre a dor que encobre o prazer.
Será que é de febre este fogo,
este grito cruel que da lebre faz lobo.
Será que amanhã ainda existe para ti,
ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri.
Será que lá fora os carros passam ainda,
ou estrelas caíram e qualquer sorte é benvinda.
Será que a cidade ainda está como dantes
ou cantam fantasmas e bailam gigantes.
Será que o sol se põe do lado do mar,
ou a luz que me agarra é sombra de luar.
Será que as casas cantam e as pedras do chão,
ou calou-se a montanha, rendeu-se o vulcão.
Será que sabes que hoje é domingo,
ou os dias não passam, são anjos caindo.
Será que me consegues ouvir,
ou é tempo que pedes quando tentas sorrir.
Será que sabes que te trago na voz,
que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós.
Será que te lembras da côr do olhar quando juntos a noite não quer acabar.
Será que sentes esta mão que te agarra que te prende com a força do mar contra a barra.
Será que consegues ouvir-me dizer que te amo tanto quanto noutro dia qualquer.
Eu sei que tu estarás sempre por mim não há noite sem dia, nem dia sem fim.
Eu sei que me queres, e me amas também que me desejas agora como nunca ninguém.
Não partas então, não me deixes sozinho
Vou beijar o teu chão e chorar o caminho.
Será,
Será,
Será!
Pedro Abrunhosa