19 de novembro de 2007

Afirmação

Sobre o olhar dela, seus gestos demonstravam nervosismo.
- Que se passa?! Disse ela sorrindo como só ela sabia.
Sentia a língua como se estivesse amarrada. Queria exprimir tudo o que lhe ia na alma. Foi então que finalmente, desprendeu a voz.
- Tu respeitas-me?- Desculpa?!- Sofia…tenho umas coisas que te queria dizer, sei que se fosse noutro contexto, este não seria o local apropriado para o fazer… mas a necessidade que tenho em te querer dizer tudo aquilo que sempre quis, é tão grande…e não sei se, ou quando voltarei a ter a oportunidade de te voltar a ver.- Sabes que comigo podes sempre dizer o que queres, ser sincero.
- Será?- Como assim?!- Sempre fui sincero e verdadeiro em tudo o que tenho feito ao longo do tempo e o resultado foi, nada. Mas espera, escuta o que tenho para dizer. Em todo este tempo, sei, sinto-o…que tens medo, medo de te entregares, de te sentires vulnerável, que se aproveitem de ti pela tua aparência física. É verdade! És uma mulher linda, sensual e bastante interessante, e foi isso que me cativou em ti…isso e o facto de cada vez que sorris, que te faço sorrir, me sentir a pessoa mais especial do mundo.Ela sorriu algo embaraçada com o elogio que ouviu.
- Mas a verdade…a verdade é que tudo aquilo que sempre te quis dizer... é que…
Parou a meio da frase, olhou em volta….olhou-a nos seus olhos azuis, baixou os seus para a mesa como se procura-se coragem para concluir os pensamentos e retomou.
- Tudo o que te quis dizer era que, por mais que te faça rir e digas que só eu te consigo fazer sentir assim, nunca te pude… nunca pude, nem podia prometer nada...nunca te poderia prometer que te faria feliz e que estaria sempre presente nos teus bons e maus momentos! Nunca o poderia ter feito, nem dito. A única coisa que poderia prometer era, dentro das minhas limitações, tentar dar sempre o melhor de mim…e a verdade é que, mesmo depois de tudo o que aconteceu, depois de ter escrito aquela carta, da distância que crias-te, porque como disseste, te assustas-te... eu estive sempre aqui. Por isso a minha questão, "se me respeitas". Ninguém é fácil, ninguém é garantido...e quem assim pensa, acaba perdido...iludido nesta Vida.…A verdade é que, quando te afastas e apareces quando queres, esses traços de indiferença para depois apareces a dizer que gostas muito de mim, faz-me sentir desrespeitado, desprezado… enganado. Tu fazias-me sentir encaixado nesse conceito, “fácil”. Por isso liberta-me, não me mantenhas aqui, sinceramente, deixa-me ir… devolve-me o meu coração e deixa-me viver…

9 de novembro de 2007

Desconsolo ?!

Hoje apetece-me escrever qualquer coisa...vou teclando letras, pensamentos, ideias à medida que me vem a cabeça.
Hoje não haverá regras gramaticais, a cumprir, não haverá erros a corrigir. Hoje dispo-me de todas as leis da linguagem…
Sinto-me confuso na imensidão dos meus pensamentos...sinto-me perdido…
Tantas são as portas para abrir, tantas as decisões a tomar…
Fecho os olhos….imensidão negra…
Abro-os…um ecrã que me encara, um texto desorganizado a espera…
Paro, penso…nada…absolutamente nada…
Só as portas que continuam na expectativa …. as decisões que esperam…
Paro, penso… volto ao inicio… que titulo se adequará?!
Paro novamente… retomo a toada do texto…
Os olhos começam-me a pesar… é agora que paro?!
Decido continuar… penso em “desconsolo” para titulo… não sei se se adequa, mas é uma noção que não me sai da cabeça… acho que se adequa ao meu presente, ao meu passado… para onde quer que a mente vagueie esbarro nesse conceito…
Os olhos voltam a pesar, bocejo…penso num fim…
Não! Por hoje fica assim…

7 de novembro de 2007

Facto

"O Sexo é o consolo de uma pessoa quando lhe falta o Amor."
Garbiel García Marquez - Memórias das minhas putas tristes